Saturday, November 6, 2010

Em Nome de uma Amizade



A Vera e o Rogério eram um casal amigo, e eles mantinham uma relação muito forte e apaixonada. Ele era militar e ela era economista, mas sem dúvida uma mulher muito atraente e charmosa, um tipo de mulher que não deixa uma homem indiferente. 


O Rogério foi integrando numa das forças que ia representar Portugal no Kosovo, e estava radiante. Ele sonhava há vários anos ser uma “Capacete Azul” da ONU e representar as cores de Portugal. Poucos dias antes dele viajar para os Balcãs, encontrei-me com os dois, e senti que a Vera estava triste e desolada. Ia ficar sozinha durante, pelo menos, seis meses. Ele pediu-me para eu lhe fazer companhia sempre que ela se sentisse só, e eu aceitei. E assim combinamos que todas as sextas feiras, íamos ao maior Shopping da cidade jantar e conversar um pouco.




Ela não parecia a mesma mulher, tinha perdido o seu habitual brilho no olhar e o seu sorriso contagiante. Eu sempre tentava anima-la, contando-lhe aventuras minhas e do Rogério na nossa adolescência, no entanto, naquela noite, a Vera fez-me uma confissão totalmente inesperada e desesperada:”Eu não aguento mais. O meu corpo não aguenta mais. O meu corpo e a minha mente funcionam com energia sexual. Na próxima semana vão fazer quatro meses de total inactividade Preciso de energia para viver. Preciso de ajuda. Podes ajudar-me?” 


Fiquei de boca aberta com aquelas palavras, e tentei sugerir que ela criasse essa energia de uma forma solitária, olhando para fotos do Rogério e relembrando bons momentos que os dois tenham vivido. Ela olhou para mim de forma séria e disse:”Não, isso comigo não resulta. Podes-me ajudar ou não?” Sem responder, tentei inverter os argumentos, e dizer-lhe que o Rogério estaria de regresso a casa dentro de dois meses, era preciso ela ter apenas mais um pouco de paciência. 



Ela, puxou a camisa com força, e já com um ar de poucos amigos disse-me:” Já percebi que não me vais ajudar. Pensava que eras meu amigo. Vou resolver o meu problema de outra maneira. Amanhã à noite, vou até uma discoteca famosa na Margem Sul, e acredito que nenhum homem me vai dizer que não.” Depois disto, ela virou-me as coisas e foi-se embora. Fiquei a pensar naquela conversa. 


Ela era uma mulher deliciosa para qualquer homem, e claro, para mim também, mas era a namorada de um grande amigo meu. Não conseguia me imaginar a trair o Rogério, no entanto, ainda me sentia pior, pelo facto de saber que ela se iria entregar a um estranho, talvez um homem perigoso, não sei. Nesse momento, decidi que também iria a essa discoteca nessa noite.


Quando lá cheguei, foi muito fácil encontrar a Vera. Ela vestiu-se para matar, e era provavelmente a mulher mais vistosa da noite. Eu sentia que todos os homens mantinham um olhar devorador na sua direcção. Eu fui discreto e controlei a situação à distância. Junto dela estava um homem mais velho, charmoso e com um ar implacável Senti o perigo e decidi avançar. Cheguei junto dos dois, e beijei a Vera na boca, demoradamente, e apresentei-me como se fosse seu namorado. Ele nem reagiu, e ela sorriu. Saímos os dois dali, e já no carro, eu disse-lhe:” Não te preocupes, eu vou resolver o teu problema”. 


Fui em direcção à Fonte da Telha. Estava uma noite quente, difícil de conseguir no mês de Novembro, e os nossos corpos acabaram por cair no areal. Dei-lhe tudo o que ela queria, e os nossos lábios pareciam não se querer separar. Comigo dentro do seu corpo, eu dei-lhe tudo, e os seus olhos recuperaram o brilho perdido. Os movimentos de entrada e saída do seu corpo eram fortes e intensos, pois era assim que ela queria. Tudo aconteceu, mesmo tudo o que tu possas imaginar, de uma forma incrivelmente excitante, que nos levou ao máximo prazer. Ela estava insaciável, mas com grande intensidade presenteei todo seu peito com o meu prazer, enquanto ela chamava-me Rogério…


Só sentindo aquela vibração verdadeiramente na pele, é que consegui perceber as palavras de desespero que a Vera me tinha dito no dia anterior Ela precisava efectivamente daquela energia. Ficamos no areal até nascer o Sol, num silêncio cúmplice, mas a Vera estava uma mulher revigorada, no entanto a traição estava consumada. Tudo o que aconteceu, foi sempre um segredo bem guardado entre nós. 


O Rogério não merecia isto, e ainda hoje não sei se tive um comportamento correcto ou não… Apetece-me desabafar com Rogério, pois nunca tivemos segredos com ele, mas não tenho coragem, como será que ele reagia? Será que no seu pedido para lhe fazer companhia, ele já previa isto? 


O que é certo, é que fiz tudo em nome de uma amizade…


Foto: Autor desconhecido

No comments:

Post a Comment