Sunday, August 1, 2010

Pacote de Gomas



Já era um ritual. Desde à cinco anos, que o primeiro domingo do mês de Agosto era passado na casa de férias do Mateus, na Praia de Santa Cruz. 


Os pais dele tinham construído aquela casa para desfrutar a 3ª idade com vista para o mar, e ele adorava festas com os amigos no verão.


A casa possui uma piscina com uma forma estranha rodeada por um extenso relvado, que terminava numa falésia sobre o oceano. 


O Mateus todos os anos convidava todos os amigos, os de infância, os da faculdade, os colegas do rugby e pessoal que acabava por conhecer na noite de Lisboa.


Naquele dia o churrasco era por conta dele, febras, entrecosto, entremeada e sardinhas, tudo à discrição…


O sol estava forte e o dia muito quente, mas a minha pele nunca chegava a aquecer, com os constates mergulhos que eu dava para dentro da água cristalina da piscina, uma animação…


Numa das pausas que fiz, fui até à cozinha para ir buscar guardanapos, que se tinham acabado nas mesas, junto ao barbecue, e nesse momento, senti que alguém tinha entrado, mas foi-me indiferente, pois aquele quintal estava repleto de pessoas, e naquela casa era um constante entra-e-sai, no entanto, senti um corpo húmido colar-se às minhas costas. Uma mão tapou-me os olhos e a outra levou-me qualquer coisa à boca.


Uma goma em formato de ursinho, mas que estava com um sabor diferente…

 



Só podia ser ela. Conhecia bem aquele sabor, dos encontros fortuitos que tínhamos tido nos últimos meses, aliás, conhecia e adorava. 


Perdia largos minutos a saboreá-lo sempre que estava com ela. Aquela mulher tinha um sabor único de prazer. Eu ficava louco e ela sabia disso, e por isso mesmo humedeceu aquela goma no sitio certo, antes de me a oferecer… que saborosa surpresa…


Virei-me, e violentamente beijei-a na boca, enquanto encostei o meu corpo ao dela, com a minha mão na sua cintura. Aquele pobre e inocente ursinho, com ajuda das nossas línguas, passeou-se alternadamente pelas nossas bocas, salteando da minha para a dela, e vice-versa. 


Eu encostei-a à parede, e subtilmente desviei a tanga daquele bikini azul-turquesa que ela trazia, e entrei dentro dela com todo o desejo que o meu corpo transbordava. Dei-lhe tudo, logo no primeiro impulso.


Que loucura. Podia entrar alguém a qualquer momento, e só de pensar nisso, cada estocada que dava dentro do seu corpo, provocava-me fortes arrepios por todo o corpo. Perigosamente delicioso como ela tanto gostava. Foi tudo muito rápido. 


A adrenalina do momento fez com que lhe desse aquilo que ela tanto gostava de sentir. Quente e espesso, escorrendo no interior do seu corpo. A pele dela rapidamente secou, com todo o calor e energia que eu lhe ofereci. 


Ela adorava situações perigosas e de risco, e com ela o prazer e a loucura poderiam sempre aparecer no momento mais inesperado.


Voltamos para junto de toda a gente, sem que ninguém desconfiasse do que se tinha passado na cozinha, e para saborear aquele delicioso momento de prazer que tínhamos acabado de viver. Em vez do tradicional cigarro, ficamos sentados à beira da piscina a comer as restantes gomas do pacote, calmamente, e a imaginar que cada goma poderá representar mais um novo momento de sabor intenso…


Foto: Facy (Corbis.com)

No comments:

Post a Comment