Wednesday, July 14, 2010

Deliciosa Varanda



A relação que eu mantinha com a Laura, era uma coisa muito moderna, era uma relação do século XXI, pois cada um vivia na sua casa, e durante a semana raramente conversávamos, apenas pontualmente trocávamos umas mensagens no telemóvel, mas juntávamos-nos à sexta-feira à noite, e saboreávamos o fim-de-semana ao máximo.


Cinema, teatro, viagens, concertos, festas em casa de amigos, tudo. A nossa vida profissional roubava-nos muito tempo durante a semana. A Laura era uma jornalista conhecida e trabalhava num dos jornais com maior tiragem em Portugal, e dedicava-se de alma e coração à sua vertente profissional, e eu dava-lhe toda a liberdade para isso.


Desse modo, vivíamos os  fins-de-semana de forma intensa, e isso originou alguns momentos históricos de loucura, que  muito dificilmente esquecerei.


Naquele sábado à noite, fomos a uma festa na nova casa da Renata e do Leandro. Compraram um apartamento fantástico, no 12º andar da Torre São Gabriel, no Parque das Nações, em Lisboa, com uma fantástica vista sobre o rio. No jantar esteve presente o habitual núcleo de amigos, composto por cinco casais. O jantar estava divinal, mas também já era de esperar, pois o Leandro era chefe de cozinha num dos melhores hotéis de Lisboa.


Depois de jantar, recolhemos até à sala, e a Renata e o Leandro aproveitaram a oportunidade de estarmos todos juntos, e decidiu colocar o vídeo do seu casamento, para todos assistirmos. Que seca. Para quê aquilo, se todos nós lá tínhamos estado? Era claro que ninguém queria ver aquilo, mas todos ficamos na sala por uma questão de respeito, e ninguém teve coragem de dizer nada. Eram 2h de filme. A agitação era grande, e ninguém se mantinha muito tempo sentado, nem no mesmo sitio.


Eu precisava de ar, eu estava sufocar de estar ali sentado, e sai até à varanda para apreciar a vista fantástica. A Laura acabou por me seguir e ficamos os dois a saborear aquela noite quente. 


Naquela noite de verão, o brilho da lua espelhado nas águas do rio e o intenso desejo que eu mantinha por Laura, foi o mote para a encostar à parede. Beijei-a no pescoço, e ousei entrar com a minha mão dentro das suas calças. 


O meu dedo foi atrevido, e caminhou rapidamente para o ponto mais quente do seu corpo. Não estava quente, estava a ferver. Soube-me tão bem, percorrer aquele leito, de cima para baixo, escorregando na perfeição, sem entrar dentro no seu corpo, de uma forma delicada. 


Tocar  e sentir que a mulher que eu amava naquele estado tão quente, tão excitada e tão molhada, provocou em mim um impulso animal.


Baixei as calças dela até ao joelho, e baixei as minhas ligeiramente. Ela apoiou-se na varanda mantendo-se de costas para mim, e sem direito a uma única palavra, entrei por detrás dentro dela de uma forma rápida. Tudo tinha de ser rápido, pois corríamos o sério risco de ser descobertos. Tudo foi forte, rápido e intenso. 


O meu dedo molhado e com o seu sabor, serviu para ela morder e controlar os seus gemidos. Eu entrei dentro dela por completo e bem fundo, diversas vezes e em silencio. Com os olhos postos na paisagem, não perdi a concentração, e dei-lhe tudo, tudo o que ela mais queria naquele momento. 


Mantive um ritmo certo e feroz, em busca de um momento inesquecível, que estava cada vez mais próximo, e acabou por chegar.


O prazer foi mutuo e intenso ao fim de muito poucos minutos. Tínhamos de sair da varanda e voltar para a sala rapidamente, antes que alguém fosse procurar por nós, e conseguimos. A Laura regressou recheada para junto dos nossos amigos, e com tudo o que eu lhe ofereci, bem quente, bem fundo, dentro do seu corpo.


Regressamos no momento exacto em que o filme estava a terminar, e quando a Renata fez questão de comunicar a razão da mudança de apartamento. Eles precisavam de mais um quarto. Ela estava grávida.


Foto: David Morgan de Lossys (Corbis.com)


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